Autor: Júlio Clebsch
Alguns dizem que ser professor é um sacerdócio. Já outros acham que a profissão é mais parecida com a de um caçador - é preciso matar um leão por dia.
Ser professor é ser único. É aplicar de uma maneira particular conhecimentos, fatos e técnicas destinadas a ajudar a construir um cidadão, ajudar a ensinar a pensar. Ser professor é uma profissão única. O que não impede de que, aqui e ali, você tenha muito a aprender com outras ocupações. Aprenda a:
Diagnosticar como um médico
Respeitar como um psicólogo ou sacerdote
Planejar como um arquiteto
Escrever e falar como um jornalista
Treinar como os melhores esportistas
Estar pronto como um bombeiro
Defender seus ideais como um advogado
Usar os diferentes talentos como um técnico de futebol
Diagnosticar como um médico.
Ninguém entra em um consultório médico e encontra a receita já pronta, esperando. Um sintoma como febre ou dor de cabeça pode ter inúmeras causas. E descobrir o mal que aflige cada pessoa é só parte do processo. Alguns pacientes são alérgicos a este ou àquele medicamento, etc.
Da mesma forma, na sua classe, o comportamento de um aluno pode ter diferentes causas. O que funciona com um estudante é ineficaz com outro e dá resultados medianos em um terceiro. Como descobrir que remédio, que técnica educacional funciona melhor? Da mesma maneira que os médicos fazem: primeiro, estude, informe-se, descubra o que os outros professores fazem em cada caso. Aí, examine cada aluno. Não com estetoscópio e aquela luzinha de ouvido, mas com perguntas e observando o comportamento apresentado no dia-a-dia.
E você ainda pode fazer algo a mais que um médico: você pode testar diversas técnicas de ensino e gerenciamento de sala de aula, até encontrar a que melhor funciona em cada situação e aluno. Sem risco nenhum para o paciente - digo, estudante - você pode avaliar diversas maneiras de conseguir os melhores resultados e o melhor aprendizado em sala de aula.
O médico também luta para que as pessoas não precisem tanto dele, divulgando cuidados básicos de higiene e alimentação pessoal, como evitar epidemias e outras medidas profiláticas. Da mesma forma, você deve gerenciar sua sala de aula de maneira que os problemas não apareçam. Troque idéias com seus alunos, abuse das discussões e trabalhos em grupo, surpreenda-os com exercícios diferentes. Faça cada aula ser especial.
Planejar como um arquitetoCerto, o primeiro lugar onde Brasília apareceu foi num rabisco em um guardanapo. Mas, se ficasse só nesse primeiro insight, hoje teríamos outro tipo de capital, bem diferente do plano de Niemayer. Você pode sonhar com o tipo de aula que desejar, mas é preciso planejar para que ela vire uma realidade aproveitável para seus alunos.
Algumas dicas:
Antes de tudo, separe o conteúdo e o material que você vai precisar na aula imaginada. Aqui, o professor tem uma vantagem sobre o arquiteto: pode pesquisar materiais mais baratos e simples sem prejudicar o resultado final. Só é proibido descuidar do conteúdo.
Assim como são construídas maquetes por arquitetos e engenheiros, você também deve fazer uma simulação de sua aula. Controle o tempo necessário para expor o assunto, ou para explicar uma atividade nova. Você pode dar parte da aula para seu cônjuge e pedir a opinião dele. Na maioria das vezes, esse treinamento vai ser interrompido por brincadeiras e gargalhadas, mas tentem de novo que vocês acabam acertando.
Ao final, você não terá uma obra pronta. Ao contrário de se projetar e construir uma casa, uma aula está sempre aberta a melhorias e ajustes, até porque cada classe é única. Seja flexível.
Treinar como os melhores esportistasCerta vez, o norte-americano Michael Jordan explicou seu sucesso no basquete. Ele afirmava que existiam jogadores que arremessavam melhor, que tinham mais fôlego e que eram mais rápidos. Só que ninguém treinava tanto quanto ele. Da mesma forma, no começo desse ano, o piloto alemão Michael Schumacher pediu desculpas à família, pegou seu avião e foi até à pista da equipe Ferrari, onde se desenrolou um diálogo mais ou menos assim:- Ué, Michael, o que você está fazendo aqui? Você deveria estar de férias.- Pois é, mas eu não agüento ficar sem treinar. Ajusta o banco e os pedais do carro para mim que eu vou dar umas voltas.
Os melhores sabem da importância de treinar sempre. Sabem que há sempre uma maneira de fazer melhor ou, no mínimo, continuar a fazer tão bem quanto sempre foi feito. Aqueles que não dedicam um tempo por semana para seu aperfeiçoamento profissional não permanecem no mesmo lugar, estão andando para trás. Cada semestre dando as mesmas aulas é um semestre em que os outros professores se aperfeiçoam e que novos interesses e questões aparecem na mente de seus alunos.
Treinar e desenvolver-se são, portanto, trabalhos necessários para que suas aulas permaneçam tão boas quanto sempre foram. A partir daí, parte-se para o aprimoramento pessoal. Algumas dicas para você:
Separe algum tempo a cada semana para seus "treinos" e considere aquelas horas um compromisso tão sério quanto qualquer outro. Discipline-se.
Tenha um objetivo claro para cada seção de treino. Você pode praticar, entre outras coisas, sua entonação de voz, memória, capacidade de escuta e concentração (por exemplo, pegue um CD, ouça uma música, desligue e tente reproduzir a letra), suas habilidades na construção de apresentações multimídia, pode interar-se sobre novas descobertas e técnicas de sua disciplina, praticar seu marketing pessoal, buscar novas maneiras de apresentar o conteúdo programático.
Cuide também da sua saúde. Uma alimentação balanceada e alguns exercícios físicos lhe darão mais energia na sala de aula, o que acabará por contagiar seus alunos.
Defenda seus ideais como um advogadoAlguém já definiu um julgamento como sendo um show onde os jurados se reúnem para decidir qual advogado foi o melhor. E como cada lado se esforça para ser escolhido o melhor. Cada vírgula do depoimento, cada fato é estudado e reestudado. Versões de acontecimentos são apresentadas com uma paixão de emocionar qualquer um.
Esse deve ser o espírito por trás de suas aulas. Um comprometimento com o que é ensinado, que contagia a todos seus alunos. Defender, assumir sua matéria exige conhecimento profundo, extrair de cada fato e número algo que interesse seus alunos. Estude, treine. E conheça as pessoas para quem você vai falar. Caso lecione para o público superior, apele para casos práticos que eles estejam vendo no dia-a-dia. Alunos do ensino médio e das últimas séries do ensino fundamental preocupam-se com tendências, com o que eles vão encontrar no mercado de trabalho. Antes disso, a questão básica é entender os princípios do mundo em que vivemos.
Ao conhecer seus alunos e sua matéria, você está pronto para entrar em sala e deixar sua paixão pelo ensino fluir. E ela aparece, seja em voz baixa e controlada, seja em atuações copiadas de um tribunal. Um professor realmente comprometido como que ensina mostra tal emoção de maneiras sutis, mas que são percebidas por todos.
Respeite como um psicólogo ou sacerdoteSeus alunos têm por você uma grande admiração e, não raro, o procuram com dúvidas e problemas de ordem pessoal. Veja essas situações da mesma maneira que sua turma as vê:
Se você não puder ajudá-los, explique isso e encaminhe-os a quem pode. Mas não os deixe sem resposta.
Ouça, antes de tudo. Um psicólogo não vai julgar um paciente assim, à primeira vista. Vai atrás dos problemas que o paciente apresenta, suas raízes e permite que ele mesmo veja a solução. Aja da mesma forma.
Respeite os sentimentos de seus alunos. O que é contado em confidência deve ser relatado, no máximo, para pessoas mais capacitadas para cuidar do caso.
Esteja sempre presente, mas atente à sua posição na sala de aula. Mostrar-se acessível não significa abdicar de toda a autoridade de um educador. Conheça seus limites e os da sua turma.
Escreva e fale como um jornalistaUma das regras básicas para se escrever uma reportagem é passar a informação completa. O que aconteceu, quando, onde, quem estava envolvido e como. Sem esses eventos, tem-se, no lugar de uma notícia, no máximo, uma fofoca.
Na sua sala de aula, vale o mesmo princípio. Cada matéria, cada informação que você fornece a seus alunos deve estar fortemente baseada em fatos, dados, em algo que seus alunos compreendam. É um erro iniciar cada aula como se aquele assunto fosse estanque, sem ligação com nenhuma outra coisa e sem influência com nada no futuro.
Faça cada disciplina ser tão importante e memorável como aquelas matérias de jornal que derrubam políticos:
Torne aquele assunto relevante para seu aluno. Fale para sua turma o que ela irá ganhar ao aprender aquilo.
Ofereça âncoras. Os jornais sempre conectam as notícias com fatos conhecidos dos leitores. Assim, ao falar sobre o primeiro livro de um autor, oferecem uma pequena biografia: Jandira Pinhais é educadora há tantos anos, fundou tal instituição, um de seus alunos foi o vice-governador e por aí vai. Com isso, desperta-se a atenção do leitor, que passa a ter a Jandira em um conceito mais alto. Da mesma forma, ligue a sua matéria a algo conhecido de seus alunos.
Não permita que eles esqueçam. Um dos grandes papéis da imprensa é fazer com que os grandes escândalos tenham um acompanhamento e que os culpados sejam julgados. Para o professor, é vital fazer com que os alunos se lembrem dos conceitos de meses atrás, e os apliquem em conjunto com a matéria atual.
Esteja pronto como um bombeiroNunca se sabe quando um incêndio vai acontecer, assim como nunca se sabe quando um aluno aparecerá com uma pergunta mais complexa ou desafiadora. Para ambos os casos, a solução é estar preparado. Leia muito, conheça a fundo sua matéria. Além disso, interesse-se por outras áreas. É comum uma pergunta de um estudante derivar para um assunto completamente diferente do que você leciona. Aliás, não apenas comum, mas em tempos de interdisciplinaridade, desejável. Então, nada de dizer para seus alunos perguntarem aquilo para a professora de matemática. Quando o desejo pelo conhecimento acontece, esteja pronto para utilizá-lo.
Outra coisa que se aprende com os bombeiros é a facilidade de encontrar o que é importante. Uma casa pode estar pegando chamas, e o que eles fazem? Concentram-se em alguns pontos da construção enquanto outros ficam jogando água nos prédios vizinhos. A decisão vem de diversos fatores: para onde sopra o vento, em que direção existem mais objetos inflamáveis, como evitar que o incêndio se espalhe, entre outros. Eles também não se impressionam com o tamanho das chamas, apontam as mangueiras e extintores para o chão, para o que, de fato, está pegando fogo.
Identifique o que é importante, o que realmente está por trás de uma pergunta ou preocupação de seus alunos. Faça perguntas como:
O que você? quer dizer com...?
· Por que você acha isso??
Como assim?
Preste atenção nas respostas, e só então ataque o verdadeiro problema. Essa técnica é talvez, mais útil ainda com colegas e superiores. Ela permite que você descubra exatamente o que é preciso que seja feito, e que mensagem está sendo passada.
Use os diferentes talentos como um técnico de futebolOlhe para um time de futebol. São onze pessoas com talentos diferentes. Alguns são bons para cabecear, outros para chutar, outros sabem correr bastante. O técnico precisa identificar esses talentos e utilizá-los da melhor maneira possível para o bem de todo o time.
Da mesma forma, na sua classe, existem alunos com diferentes qualidades e talentos. O objetivo é que todos cheguem ao conhecimento, com a sua ajuda. E, da mesma forma que em um time de futebol todos se ajudam, os alunos devem apoiar uns aos outros. Fortaleça o sentido de equipe. Trabalhos em grupo devem ser usados sem medo em sua sala. É preciso que cada aluno descubra as qualidades do colega, que podem ser (aliás, é melhor que sejam) diferentes das dele próprio.
Evite também a formação de panelinhas, formando grupos diferentes: apele para ordem alfabética, de fileiras, ordem alfabética de sobrenome, entre outras. Afinal, muitos técnicos são chamados de "professor", não são?
Ser professor é ser único. É aplicar de uma maneira particular conhecimentos, fatos e técnicas destinadas a ajudar a construir um cidadão, ajudar a ensinar a pensar. Ser professor é uma profissão única. O que não impede de que, aqui e ali, você tenha muito a aprender com outras ocupações. Aprenda a:
Diagnosticar como um médico
Respeitar como um psicólogo ou sacerdote
Planejar como um arquiteto
Escrever e falar como um jornalista
Treinar como os melhores esportistas
Estar pronto como um bombeiro
Defender seus ideais como um advogado
Usar os diferentes talentos como um técnico de futebol
Diagnosticar como um médico.
Ninguém entra em um consultório médico e encontra a receita já pronta, esperando. Um sintoma como febre ou dor de cabeça pode ter inúmeras causas. E descobrir o mal que aflige cada pessoa é só parte do processo. Alguns pacientes são alérgicos a este ou àquele medicamento, etc.
Da mesma forma, na sua classe, o comportamento de um aluno pode ter diferentes causas. O que funciona com um estudante é ineficaz com outro e dá resultados medianos em um terceiro. Como descobrir que remédio, que técnica educacional funciona melhor? Da mesma maneira que os médicos fazem: primeiro, estude, informe-se, descubra o que os outros professores fazem em cada caso. Aí, examine cada aluno. Não com estetoscópio e aquela luzinha de ouvido, mas com perguntas e observando o comportamento apresentado no dia-a-dia.
E você ainda pode fazer algo a mais que um médico: você pode testar diversas técnicas de ensino e gerenciamento de sala de aula, até encontrar a que melhor funciona em cada situação e aluno. Sem risco nenhum para o paciente - digo, estudante - você pode avaliar diversas maneiras de conseguir os melhores resultados e o melhor aprendizado em sala de aula.
O médico também luta para que as pessoas não precisem tanto dele, divulgando cuidados básicos de higiene e alimentação pessoal, como evitar epidemias e outras medidas profiláticas. Da mesma forma, você deve gerenciar sua sala de aula de maneira que os problemas não apareçam. Troque idéias com seus alunos, abuse das discussões e trabalhos em grupo, surpreenda-os com exercícios diferentes. Faça cada aula ser especial.
Planejar como um arquitetoCerto, o primeiro lugar onde Brasília apareceu foi num rabisco em um guardanapo. Mas, se ficasse só nesse primeiro insight, hoje teríamos outro tipo de capital, bem diferente do plano de Niemayer. Você pode sonhar com o tipo de aula que desejar, mas é preciso planejar para que ela vire uma realidade aproveitável para seus alunos.
Algumas dicas:
Antes de tudo, separe o conteúdo e o material que você vai precisar na aula imaginada. Aqui, o professor tem uma vantagem sobre o arquiteto: pode pesquisar materiais mais baratos e simples sem prejudicar o resultado final. Só é proibido descuidar do conteúdo.
Assim como são construídas maquetes por arquitetos e engenheiros, você também deve fazer uma simulação de sua aula. Controle o tempo necessário para expor o assunto, ou para explicar uma atividade nova. Você pode dar parte da aula para seu cônjuge e pedir a opinião dele. Na maioria das vezes, esse treinamento vai ser interrompido por brincadeiras e gargalhadas, mas tentem de novo que vocês acabam acertando.
Ao final, você não terá uma obra pronta. Ao contrário de se projetar e construir uma casa, uma aula está sempre aberta a melhorias e ajustes, até porque cada classe é única. Seja flexível.
Treinar como os melhores esportistasCerta vez, o norte-americano Michael Jordan explicou seu sucesso no basquete. Ele afirmava que existiam jogadores que arremessavam melhor, que tinham mais fôlego e que eram mais rápidos. Só que ninguém treinava tanto quanto ele. Da mesma forma, no começo desse ano, o piloto alemão Michael Schumacher pediu desculpas à família, pegou seu avião e foi até à pista da equipe Ferrari, onde se desenrolou um diálogo mais ou menos assim:- Ué, Michael, o que você está fazendo aqui? Você deveria estar de férias.- Pois é, mas eu não agüento ficar sem treinar. Ajusta o banco e os pedais do carro para mim que eu vou dar umas voltas.
Os melhores sabem da importância de treinar sempre. Sabem que há sempre uma maneira de fazer melhor ou, no mínimo, continuar a fazer tão bem quanto sempre foi feito. Aqueles que não dedicam um tempo por semana para seu aperfeiçoamento profissional não permanecem no mesmo lugar, estão andando para trás. Cada semestre dando as mesmas aulas é um semestre em que os outros professores se aperfeiçoam e que novos interesses e questões aparecem na mente de seus alunos.
Treinar e desenvolver-se são, portanto, trabalhos necessários para que suas aulas permaneçam tão boas quanto sempre foram. A partir daí, parte-se para o aprimoramento pessoal. Algumas dicas para você:
Separe algum tempo a cada semana para seus "treinos" e considere aquelas horas um compromisso tão sério quanto qualquer outro. Discipline-se.
Tenha um objetivo claro para cada seção de treino. Você pode praticar, entre outras coisas, sua entonação de voz, memória, capacidade de escuta e concentração (por exemplo, pegue um CD, ouça uma música, desligue e tente reproduzir a letra), suas habilidades na construção de apresentações multimídia, pode interar-se sobre novas descobertas e técnicas de sua disciplina, praticar seu marketing pessoal, buscar novas maneiras de apresentar o conteúdo programático.
Cuide também da sua saúde. Uma alimentação balanceada e alguns exercícios físicos lhe darão mais energia na sala de aula, o que acabará por contagiar seus alunos.
Defenda seus ideais como um advogadoAlguém já definiu um julgamento como sendo um show onde os jurados se reúnem para decidir qual advogado foi o melhor. E como cada lado se esforça para ser escolhido o melhor. Cada vírgula do depoimento, cada fato é estudado e reestudado. Versões de acontecimentos são apresentadas com uma paixão de emocionar qualquer um.
Esse deve ser o espírito por trás de suas aulas. Um comprometimento com o que é ensinado, que contagia a todos seus alunos. Defender, assumir sua matéria exige conhecimento profundo, extrair de cada fato e número algo que interesse seus alunos. Estude, treine. E conheça as pessoas para quem você vai falar. Caso lecione para o público superior, apele para casos práticos que eles estejam vendo no dia-a-dia. Alunos do ensino médio e das últimas séries do ensino fundamental preocupam-se com tendências, com o que eles vão encontrar no mercado de trabalho. Antes disso, a questão básica é entender os princípios do mundo em que vivemos.
Ao conhecer seus alunos e sua matéria, você está pronto para entrar em sala e deixar sua paixão pelo ensino fluir. E ela aparece, seja em voz baixa e controlada, seja em atuações copiadas de um tribunal. Um professor realmente comprometido como que ensina mostra tal emoção de maneiras sutis, mas que são percebidas por todos.
Respeite como um psicólogo ou sacerdoteSeus alunos têm por você uma grande admiração e, não raro, o procuram com dúvidas e problemas de ordem pessoal. Veja essas situações da mesma maneira que sua turma as vê:
Se você não puder ajudá-los, explique isso e encaminhe-os a quem pode. Mas não os deixe sem resposta.
Ouça, antes de tudo. Um psicólogo não vai julgar um paciente assim, à primeira vista. Vai atrás dos problemas que o paciente apresenta, suas raízes e permite que ele mesmo veja a solução. Aja da mesma forma.
Respeite os sentimentos de seus alunos. O que é contado em confidência deve ser relatado, no máximo, para pessoas mais capacitadas para cuidar do caso.
Esteja sempre presente, mas atente à sua posição na sala de aula. Mostrar-se acessível não significa abdicar de toda a autoridade de um educador. Conheça seus limites e os da sua turma.
Escreva e fale como um jornalistaUma das regras básicas para se escrever uma reportagem é passar a informação completa. O que aconteceu, quando, onde, quem estava envolvido e como. Sem esses eventos, tem-se, no lugar de uma notícia, no máximo, uma fofoca.
Na sua sala de aula, vale o mesmo princípio. Cada matéria, cada informação que você fornece a seus alunos deve estar fortemente baseada em fatos, dados, em algo que seus alunos compreendam. É um erro iniciar cada aula como se aquele assunto fosse estanque, sem ligação com nenhuma outra coisa e sem influência com nada no futuro.
Faça cada disciplina ser tão importante e memorável como aquelas matérias de jornal que derrubam políticos:
Torne aquele assunto relevante para seu aluno. Fale para sua turma o que ela irá ganhar ao aprender aquilo.
Ofereça âncoras. Os jornais sempre conectam as notícias com fatos conhecidos dos leitores. Assim, ao falar sobre o primeiro livro de um autor, oferecem uma pequena biografia: Jandira Pinhais é educadora há tantos anos, fundou tal instituição, um de seus alunos foi o vice-governador e por aí vai. Com isso, desperta-se a atenção do leitor, que passa a ter a Jandira em um conceito mais alto. Da mesma forma, ligue a sua matéria a algo conhecido de seus alunos.
Não permita que eles esqueçam. Um dos grandes papéis da imprensa é fazer com que os grandes escândalos tenham um acompanhamento e que os culpados sejam julgados. Para o professor, é vital fazer com que os alunos se lembrem dos conceitos de meses atrás, e os apliquem em conjunto com a matéria atual.
Esteja pronto como um bombeiroNunca se sabe quando um incêndio vai acontecer, assim como nunca se sabe quando um aluno aparecerá com uma pergunta mais complexa ou desafiadora. Para ambos os casos, a solução é estar preparado. Leia muito, conheça a fundo sua matéria. Além disso, interesse-se por outras áreas. É comum uma pergunta de um estudante derivar para um assunto completamente diferente do que você leciona. Aliás, não apenas comum, mas em tempos de interdisciplinaridade, desejável. Então, nada de dizer para seus alunos perguntarem aquilo para a professora de matemática. Quando o desejo pelo conhecimento acontece, esteja pronto para utilizá-lo.
Outra coisa que se aprende com os bombeiros é a facilidade de encontrar o que é importante. Uma casa pode estar pegando chamas, e o que eles fazem? Concentram-se em alguns pontos da construção enquanto outros ficam jogando água nos prédios vizinhos. A decisão vem de diversos fatores: para onde sopra o vento, em que direção existem mais objetos inflamáveis, como evitar que o incêndio se espalhe, entre outros. Eles também não se impressionam com o tamanho das chamas, apontam as mangueiras e extintores para o chão, para o que, de fato, está pegando fogo.
Identifique o que é importante, o que realmente está por trás de uma pergunta ou preocupação de seus alunos. Faça perguntas como:
O que você? quer dizer com...?
· Por que você acha isso??
Como assim?
Preste atenção nas respostas, e só então ataque o verdadeiro problema. Essa técnica é talvez, mais útil ainda com colegas e superiores. Ela permite que você descubra exatamente o que é preciso que seja feito, e que mensagem está sendo passada.
Use os diferentes talentos como um técnico de futebolOlhe para um time de futebol. São onze pessoas com talentos diferentes. Alguns são bons para cabecear, outros para chutar, outros sabem correr bastante. O técnico precisa identificar esses talentos e utilizá-los da melhor maneira possível para o bem de todo o time.
Da mesma forma, na sua classe, existem alunos com diferentes qualidades e talentos. O objetivo é que todos cheguem ao conhecimento, com a sua ajuda. E, da mesma forma que em um time de futebol todos se ajudam, os alunos devem apoiar uns aos outros. Fortaleça o sentido de equipe. Trabalhos em grupo devem ser usados sem medo em sua sala. É preciso que cada aluno descubra as qualidades do colega, que podem ser (aliás, é melhor que sejam) diferentes das dele próprio.
Evite também a formação de panelinhas, formando grupos diferentes: apele para ordem alfabética, de fileiras, ordem alfabética de sobrenome, entre outras. Afinal, muitos técnicos são chamados de "professor", não são?
Fonte: Jornal virtual da revista Profissão Mestre
Um comentário:
VOCE SE MISTURAS COM OS ADOLECENTES, SORRI AO INVÉS DE CHORAR E CONTINUA A MESMA DE SEMPRE E SEMPRE ENCANTADORA, DEVE TER COMO PREFERENCIA, DE DESENHO ANIMADO, GARFILD. SERA QUE VOCE, APESAR DE TANTO TEMPO, SERÁ CAPAZ DE SABER QUEM É. NÃO ACREDITO.
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